domingo, 27 de dezembro de 2009


AO INVÉS DE ENTRAR EM PÂNICO... (PARTE 3)
- MEDO DE NÃO SER IMPORTANTE -

          Tememos não ter. Tememos o nada, a insignificância. Tememos a evaporação. Tememos não fazermos nenhuma contribuição para a soma final. Tememos ir e vir sem ninguém saber. É por isso que nos incomoda quando um amigo se esquece de ligar ou quando o professor esquece o nosso nome ou um colega leva o crédito por uma coisa que tenhamos feito ou quando a companhia aérea nos empurra como gado para o vôo seguinte. Eles estão afirmando a nossa trepidação mais profunda: ninguém se importa, porque não somos importantes o bastante para que alguém se importe. Por essa razão queremos tanto a atenção da nossa esposa ou do nosso marido ou a aprovação do nosso chefe, soltamos nomes de pessoas importantes nas conversas, usamos anéis da faculdade nos dedos, botamos silicone nos seios, calotas chamativas nos nossos carros, jóias nos dentes, e gravatas de seda em volta do pescoço.

           Estilistas nos dizem: “Você será alguém se usar a nossa calça jeans. Cole nosso nome na sua traseira e a insignificância desaparecerá.” Então o fazemos. E por algum tempo nos distanciamos dos “pequenos” e curtimos a promoção à sociedade dos “altos”. A moda nos redime do mundo da pequenez e do nada, e somos outra coisa. Por quê? Porque gastamos metade do nosso pagamento em uma calça jeans italiana.
          Mas depois, o horror dos horrores. O estilo muda, a moda passa, a tendência muda do apertado para o baggy, do desbotado para o escuro, e ficamos usando a calça jeans de ontem, nos sentindo como a notícia de ontem. Bem-vindo de volta à tribo dos “pequenos”. De que maneira você pode explicar a nossa afeição por marcas e atletas? Eu estou entre eles: sou fã do Vasco da Gama. Quando eles jogam bola, eu jogo bola. Quando eles fazem um gol, eu faço um gol. Quando eles vencem, eu ouso gritar com os outros milhares de torcedores: “Nós vencemos!” E no entanto, como eu ouso fazer tal afirmação? Eu fui a um único treino sequer? Enfrentei um time adversário? Contribuí com uma dica técnica ou suei uma gota de suor? Não. Eu o faria se eles pedissem. Mas eu sou insignificante, lento e ruim de bola se comparado a eles. Ainda assim eu pego carona na fama deles. Por quê? Porque isso me separa dos plebeus. Momentaneamente me eleva, me torna um herói.
          Junte-se a alguém especial e torne-se alguém especial, certo? Ou simplesmente sobreviva à vida. Quando o bilionário percebe que seu tempo vai acabar antes de seu dinheiro, ele cria uma fundação. Sem dúvida algum altruísmo motiva o ato, mas também o faz a fome de ter importância. Muitos têm filhos pelo mesmo motivo. Um dia, quando morrermos, nossos descendentes vão se lembrar do “Paizão” ou da “Maezinha querida”, estenderemos nossa vida através das deles. Calças Jeans italianas. Fundações. Legados. Sempre tentar provar que Bertrand Russell estava errado. Ele foi o ateu fatalista que concluiu: “Acredito que quando eu morrer, meus ossos se apodrecerão e nada restará do meu ego.” Até quando este medo será razão de pavor?

           A sociedade tem sua cota de almas indistintas que se sentem dispensáveis, descartáveis, valendo menos do que uma moedinha. Eles fazem rodízio de caronas e trabalham em cubículos. Alguns dormem sob papelão nas calçadas e outros sob seus cobertores no subúrbio. O que eles têm em comum é um sentimento de pequenez. Você encontrará um monte desses em um orfanato chinês para surdos-mudos. A política da China de apenas um filho por casal consegue eliminar os fracos. Os meninos têm preferência sobre as meninas. Bebês saudáveis são preferidos aos deficientes. Crianças chinesas que não podem falar ou ouvir têm poucas chances de ter uma vida saudável e produtiva. Todas as mensagens lhes dizem: “Você não é importante.”
          Então, quando alguém diz o contrário, elas se derretem. O missionário chinês John Bentley descreve um momento como esse. Órfãos surdos na província de Henan receberam uma tradução para o mandarim de um livro infantil do escritor Max Lucado intitulado You Are Special – “Você é Especial”. A história descreve Punchinello, uma pessoa de madeira em um vilarejo de pessoas de madeira. Os habitantes tinham o costume de colar estrelas nas pessoas bem-sucedidas e pontos nas pessoas que tinham dificuldades. Punchinello tinha tantos pontos que as pessoas lhe davam mais pontos sem motivo algum. Mas aí ele conheceu Eli, seu criador. Eli lhe deu afirmação, dizendo-lhe para desconsiderar a opnião dos outros. “Eu fiz você. Eu não cometo erros.” Punchinello nunca tinha ouvido tais palavras. Quando ouviu, seus pontos começaram a cair. E, quando as crianças do orfanato chinês ouviram tais palavras, seu mundo começou a mudar. Quando na leitura apareceu a idéia de que eram especiais simplesmente porque foram feitos por um criador cheio de amor... todo mundo começou a chorar, incluindo seus professores.



CONTINUA...


AO INVÉS DE ENTRAR EM PÂNICO... (PARTE 2)


          Martin Niemöller documenta um exemplo extremo disso. Ele era um pastor da Alemanha que levantou a voz contra Adolf Hitler. Quando conheceu o ditador em 1933, ficou no fundo da sala e ouviu. Mais tarde, quando sua esposa lhe perguntou o que tinha aprendido, disse: “Descobri que Herr Hitler é um homem terrivel mente apavorado.” O medo libera o tirano dentro de nós.
          O medo também enfraquece a nossa memória. Os discípulos tinham razões para confiar em Jesus. Até então eles já o tinham visto “curando todas as enfermidades e doenças entre o povo” (Mateus 4:23). Será que alguém não deveria mencionar o histórico de Jesus ou o seu currículo? Eles se lembram dos feitos de Cristo? Pode ser que não. O medo cria uma forma de amnésia espiritual. Ele limpa a nossa memória de milagres; nos faz esquecer o que Jesus já fez e como Deus é bom. É horrível sentir medo. Ele suga a vida para fora da alma, nos põe em posição fetal e limpa toda a nossa felicidade.
          Quando o medo molda a nossa vida, a segurança se torna o nosso deus. Quando a segurança se torna o nosso deus, idolatramos a vida livre de riscos. O amante da segurança pode fazer alguma coisa grandiosa? O avesso ao risco pode executar atos nobres? Por Deus? Pelos outros? Não. Os temerosos não conseguem amar profundamente. O amor é arriscado. Eles não podem dar aos pobres. A benevolência não tem garantia de retorno. Os temerosos não podem sonhar livremente. E se seus sonhos pifarem e caírem no céu? A adoração da segurança enfraquece a grandeza. Não é à toa que Jesus trava tremenda guerra contra o medo.
          Para ser claro, o medo tem uma função saudável: ele é o informante que avisa sobre um perigo potencial. Uma dose de medo pode impedir uma criança de atravessar uma rua movimentada ou um adulto de fumar um maço de cigarros. O medo é a reação apropriada diante de um edifício em chamas ou de um cão rosnando. O medo em si não é pecado, mas ele pode levar ao pecado.
          Se medicarmos o medo com explosões de raiva, bebedeiras, ataques de rabugice, fome ou controle total, excluiremos Deus da solução e exacerbaremos o problema. Agindo assim, nos sujeitaremos a uma posição de medo, deixando a ansiedade dominar e definir a nossa vida. Preocupações que eliminam a alegria. Medo que deixa o dia dormente. Repetidos ataques de insegurança que nos petrificam e paralisam. A histeria não vem de Deus. “Pois Deus não nos deu espírito de covardia” (2Timóteo 1:7). O medo sempre vai bater na sua porta. Simplesmente não o convide para jantar e não lhe ofereça a cama para passar a noite. O medo pode preencher o mundo, mas não tem que preencher o nosso coração.


CONTINUA...

AO INVÉS DE ENTRAR EM PÂNICO...




          Uma ambulância não é a única viagem que exige coragem. Pode ser o último contracheque, a última solução ou o último suspiro de fé. Cada nascer do sol parece trazer novas razões para se ter medo. Todos têm falado sobre demissões no trabalho, redução na economia, explosões no Oriente Médio, rotatividade nas empresas, quedas no mercado imobiliário, aumento do aquecimento global. Algum ditador enlouquecido está colecionando ogivas nucleares como outros colecionam vinhos finos. Uma variação de gripe H1N1. A praga dos nossos dias, o terrorismo, começa com a palavra TERROR.
          Temos medo de sermos processados, de sermos os últimos a terminar algo, de ficarmos sem dinheiro; tememos a pinta que apareceu nas costas, o vizinho novo, o som do relógio enquanto nos aproximamos de nossa sepultura. Sofisticamos planos de investimentos, criamos elaborados sistemas de segurança e legislamos por um exército mais forte e, no entanto, dependemos de calmantes mais do que qualquer outra geração na história. Além do mais, a criança comum hoje tem o mesmo nível de ansiedade de um paciente psiquiátrico comum na década de cinqüenta.



            O medo, ao que parece, alugou o prédio ao lado por cem anos e ali se estabeleceu. Enorme e rude, o medo não está disposto a dividir o coração com a felicidade. A felicidade obedece. Você já viu os dois juntos? Uma pessoa pode ser feliz e ter medo ao mesmo tempo? Ter o pensamento claro e temer? Estar confiante e amedrontado? Ter misericórdia e medo? Não. O medo é o grande valentão no corredor da escola: impetuoso, barulhento e improdutivo. Por todo o barulho que faz e pelo espaço que ocupa, o medo não traz muita coisa boa.
           O medo nunca escreveu uma sinfonia ou um poema, negociou um trato de paz nem curou uma doença. O medo nunca libertou uma família da pobreza nem um país da intolerância. O medo nunca salvou um casamento ou um negócio. A coragem o fez. A fé o fez. As pessoas que se recusaram a ouvir ou a se curvar ao medo fizeram. Mas, e o medo propriamente dito, o que ele faz? O medo nos aprisiona e tranca as portas. Não seria maravilhoso escapar? Imagine sua vida inteira intocada pela angústia. E se a fé, não o medo, fosse a sua reação-padrão a ameaças? Imagine um dia ao menos livre do medo do fracasso, da rejeição e da calamidade. Você consegue imaginar uma vida sem medo? 

            Certa vez, Jesus e seus discípulos estavam em um barco quando sobreveio uma tempestade repentina. Enquanto todos se desesperavam, Jesus dormia. Observamos que Jesus estava no barco com Eles. Jesus não estava observando de fora da situação e sim, estava passando pelo mesmo problema.  Esta história dá um lembrete: embarcar com Cristo pode significar se molhar com Cristo. Os discípulos podem esperar mares violentos e bravos. “Neste mundo vocês terão [não ‘podem ter` ou ‘talvez tenham`] aflições” (João 16:33).Os seguidores de Cristo contraem malária, enterram crianças e lutam contra o vício e, como resultado, encontram o medo.



  
           Os discípulos gritam; Jesus sonha. O trovão ruge; Jesus ronca. Ele não tira uma soneca ou descansa. Ele dorme. Você poderia dormir em um momento como esse? Jesus sabia da tempestade que vinha e ainda assim dormiu. Seu sono perturba os discípulos e eis os pronunciamentos:
“Senhor, salva-nos! Vamos morrer!” (Mateus 8:25)
“Mestre, não te importas que morramos? (Marcos 4:38)
          Eles não perguntaram sobre o poder de Jesus: “Tu consegues parar a tempestade?” Nem sobre seu conhecimento: “Tu estás ciente da tempestade?” Ou sobre seu Know-How: “Tens alguma experiência com tempestades?” Mas, em vez disso, levantaram dúvidas sobre o caráter de Jesus: “Não te importas...?”
          O medo faz isso. O medo corrói nossa confiança na bondade de Deus. Começamos a nos perguntar se o amor habita os céus. Se Deus pode dormir em nossas tempestades, se seus olhos se mantêm cerrados quando os nossos se arregalam, se Ele permite tempestades depois de entrarmos em seu barco, ele se importa? O medo libera um enxame de dúvidas que nos deixam com raiva e nos transforma em maníacos controladores. “Faça alguma coisa a respeito da tempestade!” é a exigência implícita da questão. “Conserte ou... ou... ou você vai ver!” O medo, em sua essência, é uma perda nítida de controle. Quando a vida gira loucamente, agarramos um componente da vida que podemos controlar: uma dieta, a arrumação da nossa casa, as compras ou, em muitos casos, as pessoas. Quanto mais inseguros nos sentimos, mais malvados nos tornamos. Grunhimos e mostramos nossas garras. Por quê? Porque somos maus? Em parte. Mas também porque nos sentimos encurralados.




CONTINUA...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

          Neste momento, escrevo em lágrimas, faminto e sedento por mais de Deus. Não escrevo com pretensão de parecer “muito espiritual”. Creio que nem escreveria se não fosse por Deus. Na verdade, escrevo, pois sei que algumas pessoas serão atraídas por Deus para ler este texto. Pessoas que Deus está aguardando e que Ele escolheu para uma grande obra. Não falo de mim mesmo, mas pelo Espírito Santo de Deus que fala aos nossos corações. Por Ele eu te encorajo a sair das quatro paredes que te prendem, e tão somente abandonar o que te prende para viver, a partir de hoje, o que é eterno.


“Portanto, não desanimemos, mas se o nosso homem exterior se corrompe, o interior se renova dia a dia. Pois a nossa leve e temporária aflição produz para nós um peso eterno de glória excelente. Nós não fixamos o olhar nas coisas que são vistas, mas nas que não são vistas, pois as que são vistas são temporárias, e as que não são vistas são eternas.”
2 Coríntios 4:16 ao 18


          Peça ao Espírito Santo que venha sobre você e transborde seu coração, inflamando-o com fogo santo de Deus, até que você fique fumegante e intocável. Ao terminar de ler este pequeno texto, crendo, tenho certeza que seu coração será tocado. Deixe as lágrimas rolarem. Não ore para cumprir tabela. Ore até que Deus e você fiquem “satisfeitos” desta conversa. Creio que vocês tem muito a falar um para o outro. Não que você não fale, mas algo diferente tocará seu coração.


          Neste momento eu peço ao Senhor que venha sobre você, te enchendo de fome e sede de Deus. Que o Espírito Santo venha sobre você como uma grande chuva, saturando-o com sua graça. Que o mistério revelado a nós, o amor do Senhor Jesus, encha o teu peito de tal forma que as pessoas sintam este amor através de você. Clamo a Deus que não considere seus erros, mas que tão somente se revele a você, para que, tendo o pleno conhecimento de Sua vontade, agrade-O em toda a boa obra do Senhor.


          Se você quer tanto saber o que você precisa para ser uma pessoa melhor ou um servo que Deus se agrade a resposta é muito simples: Sede e fome de Deus é o que você precisa no momento. Somente isso...


          Não fiquemos mais em silêncio. Levante sua voz e clame comigo onde você estiver. Não fique mais calado. Não fique quieto nunca mais! Te queremos Deus! Te queremos mais que tudo!


Jamais seremos os mesmos!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009



Bom invento!



(2)

William Seymour e a Rua Azusa




          "Muitas igrejas têm orado para um Pentecoste, e o Pentecoste veio. A pergunta agora é, será que elas o aceitarão? Deus respondeu de uma forma que elas não procuraram. Ele veio de uma forma humilde, como no passado, nascido em uma manjedoura." - The Apostolic Faith, setembro de 1906

          "Agora só uma palavra relativa ao irmão Seymour, que é o líder do movimento debaixo de Deus. Ele é o homem mais manso que eu já encontrei. Ele caminha e conversa com Deus. O poder dele está na sua fraqueza. Ele parece manter uma dependência desamparada em Deus e é tão simples como uma pequena criança, e ao mesmo tempo ele está tão cheio de Deus que você sente o amor e o poder toda vez que você chegar perto dele." - W H Durham, The Apostolic Faith, fevereiro / marco de 1907


          O avivamento da Rua Azusa, na cidade de Los Angeles - EUA, tem marcado profundamente o Cristianismo dos últimos cem anos. Hoje, dos 660 milhões de cristãos protestantes e evangélicos no mundo, 600 milhões pertençam a igrejas que foram diretamente influenciadas pelo avivamento da Rua Azusa (Pentecostais, Carismáticos, Terceira-Onda, etc.). O início do avivamento começou com o ministério do Charles Fox Parham. Em 1898 Parham abriu um ministério, incluindo uma escola Bíblica, na cidade de Topeka, Kansas. Depois de estudar o livro de Atos, os alunos da escola começaram buscar o batismo no Espírito Santo, e, no dia 1° de janeiro de 1901, uma aluna, Agnes Ozman, recebeu o batismo, com a manifestação do dom de falar em línguas estranhas. Nos dias seguintes, outros alunos, e o próprio Parham, também receberam a experiência e falaram em línguas.






          Nesta época, as igrejas Holiness ("Santidade"), descendentes da Igreja Metodista, ensinaram que o batismo no Espírito Santo, a chamada "segunda benção", signficava uma santificação, e não uma experiência de capacitação de poder sobrenatural. Os dons do Espírito Santo, tais como falar em línguas estranhas, não fizeram parte da sua teologia do batismo no Espírito. A mensagem do Parham, porém, foi que o batismo no Espírito Santo deve ser acompanhado com o sinal miraculoso de falar em línguas. Parham, com seu pequeno grupo de alunos e obreiros, começou pregar sobre o batismo no Espírito Santo, e também iniciou um jornal chamado "The Apostolic Faith" (A Fé Apostólica). Em Janeiro de 1906 ele abriu uma outra escola Bíblica na cidade de Houstan, Texas. Um dos alunos desta escola foi o William Seymour. Nascido em 1870, filho de ex-escravos, Seymour estava pastoreando uma pequena igreja Holiness na cidade, e já estava orando cinco horas por dia para poder receber a plentitude do Espírito Santo na sua vida.



           Seymour enfrentou as leis de segregação racial da época para poder frequentar a escola. Ele não foi autorizado ficar na sala de aula com os alunos brancos, sendo obrigado a assistir as aulas do corredor. Seymour também não pôde orar nem receber oração com os outros alunos, e consequentamente, não recebeu o batismo no Espírito Santo na escola, mesmo concordando com a mensagem. Uma pequena congregação Holiness da cidade de Los Angeles ouviu sobre Seymour e o chamou para ministrar na sua igreja. Mas quando ele chegou e pregou sobre o batismo no Espírito Santo e o dom de línguas, Seymour logo foi excluído daquela congregação. Sozinho na cidade de Los Angeles, sem sustento financeiro nem a passagem para poder voltar para Houston, Seymour foi hospedado por Edward Lee, um membro daquela igreja, e mais tarde, por Richard Asbery. Seymour ficou em oração, aumentando seu tempo diário de oração para sete horas por dia, pedindo que Deus o desse "aquilo que Parham pregou, o verdadeiro Espírito Santo e fogo, com línguas e o
amor e o poder de Deus, como os apóstolos tiveram."
 

           Uma reunião de oração começou na casa da família Asbery, na Rua Bonnie Brae, número 214. O grupo levantou uma oferta para poder trazer Lucy Farrow, amiga de Seymour que já tinha recebido o batismo no Espírito Santo, da cidade de Houston. Quando ela chegou, Farrow orou por Edward Lee, que caiu no chão e começou falar em línguas estranhas. Naquela mesma noite, 9 de abril de 1906, o poder do Espírito Santo caiu na reunião de oração na Rua Bonnie Brae, e a maioria das pessoas presentes começaram falar em línguas. Jennie Moore, que mais tarde se casou com William Seymour, começou a cantar e tocar o piano, apesar de nunca ter aprendido a tocar. A partir dessa noite, a casa na Rua Bonnie ficou lotado com pessoas buscando o batismo no Espírito Santo. Dentro de poucos dias, o próprio Seymour também recebeu o batismo e o dom de línguas. Uma testemunha das reuniões na Rua Bonnie Brae disse: Eles gritaram durante três dias e três noites. Era Páscoa. As pessoas vieram de todos os lugares. No dia seguinte foi impossível chegar perto da casa. Quando as pessoas entraram, elas cairam debaixo do poder de Deus; e a cidade inteira foi tocada. Eles gritaram lá que até as fundações da casa cederam, mas ninguém foi ferido. Durante esses três dias havia muitas pessoas que receberam o batismo. Os doentes foram curados e os pecadores foram salvos assim que eles entraram.








          Sabendo que a casa na Rua Bonnie Brase estava ficando pequena demais para as multidões, Seymour e os outros procuravam um lugar para se reunir. Eles acharam um prédio, na Rua Azusa, número 312, que tinha sido uma igreja Metodista Episcopal, mas, depois de ser danificado num incêndio, foi utilizado como estábulo e depósito. Depois de tirar os escombros, e construir um púlpito de duas caixas de madeira e bancos de tábuas, o primeiro culto foi realizado na Rua Azusa no dia 14 de abril de 1906. Muitos cristãos na cidade de Los Angeles e cidades vizinhas já estavam esperando por um avivamento. Frank Bartleman e outros estiveram pregando e intercedendo por um avivamento como o que Deus estava derramando sobre o país de Gales.

          Num folheto escrito em novembro de 1905, Barteman escreveu: “A correnteza do avivamento está passando pela nossa porta... O espírito de avivamento está chegando, dirigido pelo sopro de Deus, o Espírito Santo. As nuvens estão se juntando rapidamente, carregadas com uma poderosa chuva, cuja precipitação demorará apenas um pouco mais. Heróis se levantarão da poeira da obscuridade e das circunstâncias desprezadas, cujos nomes serão escritos nas páginas eternas da fama Celestial. O Espírito está pairando novamente sobre a nossa terra, como no amanhecer da criação, e o decreto de Deus saía: "Haja luz"... Mais uma vez o vento do avivamento está soprando ao redor do mundo. Quem está disposto a pagar o preço e responder ao chamado para que, em nosso tempo, nós possamos viver dias de visitação Divina?”
 

          O pastor da Primeira Igreja Batista, Joseph Smale, visitou o avivamento em Gales, e reuniões de avivamento continuavam por alguns meses na sua igreja, até que ele foi demitido pela liderança. Bartleman escreveu e recebeu cartas de Evan Roberts, o líder do avivamento de Gales. Mas o avivamento começou com o pequeno grupo de oração dirigido por Seymour. Depois de visitar a reunião na Rua Bonnie Brae, Bartleman escreveu: “Havia um espírito geral de humildade manifesto na reunião. Eles estavam apaixonados por Deus.” Evidentemente o Senhor tinha achado a pequena companhia, ao lado de fora como sempre, através de quem Ele poderia operar. Não havia uma missão no país onde isso poderia ser feito. Todas estavam nas mãos de homens. O Espírito não pôde operar. Outros mais pretensiosos tinham falhado. Aquilo que é estimado por homem foi passado mais uma vez e o Espírito nasceu novamente num "estábulo" humilde, por fora dos estabelecimentos eclesiásticos como sempre. O interesse nas reuniões na Rua Azusa aumentou depois do terrível terremoto do dia 18 de abril, que destruiu a cidade vizinha de San Francisco. Duras críticas das reuniões nos jornais da cidade também ajudavam a espalhar a noticia do avivamento.




          Como no avivamento de Gales, as reuniões não foram dirigidas de acordo com uma programação, mas foram compostas de orações, testemunhos e cânticos espontâneos. No jornal da missão, também chamado "The Apostolic Faith", temos a seguinte descrição dos cultos: "As reuniões foram transferidas para a Rua Azusa, e desde então as multidões estão vindo. As reuniões começam por volta das 10 horas da manhã, e mal conseguem terminar antes das 20 ou 22 horas, e às vezes vão até às 2 ou 3 horas da madrugada, porque muitos estão buscando e outros estão caídos no poder de Deus. As pessoas estão buscando no altar três vezes por dia, e fileiras e mais fileiras de cadeiras precisam ser esvaziadas e ocupadas com os que estão buscando. Não podemos dizer quantas pessoas têm sido salvas, e santificadas, e batizadas com o Espírito Santo, e curadas de todos os tipos de enfermidade. Muitos estão falando em novas línguas e alguns estão indo para campos missionários com o dom de línguas. Estamos buscando mais do poder de Deus."

          Frank Bartleman também escreveu sobre os cultos na Rua Azusa: “O irmão Seymour normalmente se sentou atrás de duas caixas de sapato vazias, uma em cima da outra. Ele acostumava manter sua cabeça dentro da caixa de cima durante a reunião, em oração. Não havia nenhum orgulho lá. Os cultos continuavam quase sem parar. Almas sedentas poderiam ser encontradas debaixo do poder quase qualquer hora, da noite ou do dia. O lugar nunca estava fechado nem vazio. As pessoas vieram para conhecer Deus. Ele sempre estava lá. Conseqüentemente, foi uma reunião contínua. A reunião não dependeu do líder humano. Naquele velho prédio, com suas vigas baixas e chão de barro, Deus despedaçou homens e mulheres fortes, e os juntou novamente, para a Sua glória. Era um processo tremendo de revisão. O orgulho e a auto-asserção, o ego e a auto-estima, não podiam sobreviver lá. O ego religioso pregou seu próprio sermão funerário rapidamente. Nenhum assunto ou sermão foi anunciado de antemão, e não houve nenhum pregador especial por tal hora
. Ninguém soube o que poderia acontecer, o que Deus faria. Tudo foi espontâneo, ordenado pelo Espírito. Nós quisemos ouvir de Deus, através de qualquer um que Ele poderia usar para falar. Nós tivemos nenhum "respeito das pessoas." O rico e educado foi igual ao pobre e ignorante, e encontrou uma morte muito mais difícil para morrer. Nós reconhecemos somente a Deus. Todos foram iguais. Nenhuma carne poderia se gloriar na presença d’Ele. Ele não pôde usar o opiniático. Essas foram reuniões do Espírito Santo, conduzidas por Deus. Teve que começar num ambiente pobre, para manter o elemento egoísta, humano, ao lado de fora. Todos entraram juntos em humildade, aos pés d’Ele.”




          Notícias sobre as reuniões na Rua Azusa começaram a se espalhar, e multidões vieram para experimentar aquilo que estava acontecendo. Além daqueles que vieram dos Estados Unidos e do Canadá, missionários em outros países ouviram sobre o avivamento e visitaram a humilde missão. A mensagem, e a experiência, "Pentecostal" foi levada para as nações. Novas missões e igrejas Pentecostais foram estabelecidas, e algumas denominações Holiness se tornaram igrejas Pentecostais. Em apenas dois anos, o movimento foi estabelecido em 50 nações e em todas as cidades nos Estados Unidos com mais de três mil habitantes. A influência da missão da Rua Azusa começou a diminuir à medida que outras missões e igrejas abraçaram a mensagem e a experiência do batismo do Espírito Santo. Uma visita de Charles Parham à missão, em outubro de 1906, resultou em divisão e o estabelecimento de uma missão rival. Parham não se conformava com a integração racial do movimento, e criticou as manifestações que ele viu nas reuniões.

          Em setembro de 1906 a Missão da Rua Azusa lançou o jornal "The Apostolic Faith", que foi muito usado para espalhar a mensagem Pentecostal, e continuou até maio de 1908, quando a mala direta do jornal foi indevidamente transferida para a cidade de Portland, assim efetivamente isolando a missão de seus mantenedores. O avivamento da Rua Azusa durou apenas três anos, mas foi instrumental na criação do movimento Pentecostal, que é o maior segmento da igreja evangélica hoje. William H. Durham recebeu seu batismo no Espírito Santo em Azusa, formando missionários na sua igreja em Chicago, como E. N. Bell (fundador da Assembleia de Deus dos EUA), Daniel Burg (fundador da Assembleia de Deus no Brasil) e Luigi Francescon (fundador da Congregação Cristã no Brasil).




quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Vale a pena assistir!






Viva o amor que Deus colocou em nossos corações!


Viva o Amor que Deus colocou em nossos corações!

SÉRIE – AVIVAMENTOS

          Nem sempre é possível colocar uma data precisa para o início de um avivamento. Geralmente o associamos a uma reunião especial ou a uma ocasião em que Deus começou a agir de modo especial. Contudo, se pesquisarmos, sempre encontraremos uma série de acontecimentos anteriores, como preparação de instrumentos e oração individual ou coletiva, que estavam em andamento muito antes da explosão maior vir à tona.
          Mais difícil ainda é identificar o final de um mover divino. Afinal, um avivamento não é uma mera campanha ou série de reuniões especiais, como às vezes o termo é usado, e não pode ser programado, iniciado ou encerrado de acordo com planos humanos.
          Um mover de Deus geralmente não acaba instantaneamente; vai perdendo fôlego pouco a pouco, até que as pessoas concluam: “Parece que agora tudo está voltando ao normal”. E, quando se procura descobrir o que aconteceu, vários motivos podem ser apontados: tentativas humanas para organizar a obra do Espírito, orgulho, falta de sabedoria e discernimento no uso de dons, ênfase exagerada na busca por experiências, divisões.



(1)

Avivamento no País de Gales






          De acordo com alguns estudiosos, o avivamento no País de Gales, um minúsculo principado da Grã-Bretanha, foi um dos maiores avivamentos na história, dado o curto tempo de duração e o impacto que causou, não só nas regiões circunvizinhas, mas através do mundo inteiro. Sem dúvida alguma, foi um dos grandes acontecimentos que viriam a marcar significativamente o início do século XX.



Evan Roberts

          No final do século XIX, Deus deu uma visão de um avivamento espiritual para o País de Gales, a um jovem mineiro de carvão, chamado Evan Roberts. Após sentir Jesus falando em seu coração para que clamasse por avivamento, Roberts se colocou em oração para que Deus mudasse a condição espiritual de seus familiares, amigos e da sua nação. Evan começou orando, com tal propósito, aos 14 anos de idade, e seguiu nesta perseverante vida de jejum e oração por quase doze anos, até que em 1904, Deus respondeu suas súplicas.
          Evan nasceu em um lar de família humilde e não teve grandes condições de estudos. Não tinha grandes capacidades intelectuais ou um discurso muito eloqüente, embora conhecesse muito bem as Escrituras. Seu desejo ardente de servir ao Senhor superava todas as dificuldades e, pelo Espírito Santo de Deus, suas deficiências eram supridas com a graça e a unção derramados pelo poder de Deus na vida do jovem.
          Enquanto a maioria dos jovens preocupava-se em divertir-se ou estavam envolvidos numa vida de pecados, Roberts assistia fielmente todos os cultos de sua igreja e participava de todas as reuniões de oração. Relatos de amigos diziam que ele orava dia e noite, sem cessar. Entre uma pausa e outra de suas atividades diárias como estudos e trabalho, Evan aproveitava os momentos de intervalo para ter comunhão com Jesus, em orações e súplicas. Roberts certa vez, escreveu “por dez ou doze anos eu orei por avivamento. Eu chegava a passar noites lendo a Bíblia e orando para que Deus mudasse a condição espiritual de meu país”.




          Quando em 1904, Jesus cumpriu seus planos de mudar a vida espiritual da nação, atendendo as orações de Roberts, todo o país começou pouco a pouco ser impacto pela presença do Espírito Santo, que fluía através da vida deste jovem. Deus levantou o jovem, como um pregador, para que este conduzisse a população de varias cidades a uma vida de oração, jejum e comunhão com Deus. Milhares de pessoas passaram a ler Bíblia com freqüência, outras milhares iniciaram uma vida de oração constante, outras simplesmente ajoelhavam-se nas igrejas gritando e clamando pelo perdão de Deus, confessando seus pecados.



          Durante muitas reuniões, o jovem pregador não conseguia nem anunciar seu sermão, pois a presença do Espírito Santo tornava-se tão forte que as pessoas começavam a chorar incessantemente e passavam a adorar o Rei dos Reis com louvores e palavras de gratidão pela nova vida que recebiam em Cristo Jesus. Relatos dizem que estes momentos de adoração duravam horas a fio e a única coisa que Evan Roberts fazia era deixar o Espírito Santo de Deus conduzir a reunião.



          O avivamento galês foi uma invasão poderosa da presença de Deus sobre um país inteiro. Como se o Reino do Deus estivesse se manifestando na terra. As casas de prostituição fecharam todas, os salões de jogos, a venda de bebidas alcoólicas… tudo o que era pecado e conduzia a população para uma vida longe de Deus foi, pouco a pouco, falindo. As famílias foram restauradas, lares firmados sobre uma vida santa e consagrada a Deus. Até mesmo teatros e a liga de futebol do país foram esquecidos, pois as pessoas não demonstravam mais interesse em tais coisas, uma vez que queriam apenas buscar o Senhor Deus. Cidades interias tiveram uma vida nova em Cristo Jesus e não apenas uma ou outra pessoa isoladamente.



          Este impacto alcançou não apenas as pessoas pobres ou humildes da nação. Os líderes políticos do parlamento inglês participavam constantemente das reuniões de avivamento. Caíram também todas as barreiras denominacionais, de forma que os líderes, pastores e todos os crentes preocupavam-se apenas em adorar seu Senhor e Rei Jesus Cristo, juntos, em união, como uma verdadeira e grande família.



          Uma das características mais marcantes deste avivamento era a confissão de pecados. Freqüentemente as pessoas confessavam seus pecados, prostradas diante do Senhor, mas também confessam seus erros aos irmãos, não deixando que nada viesse a separar a comunhão entre eles. Era como se todos fossem quebrantados pelo amor de Deus e agiam com sinceridade de coração.
          Durante todo esse período, que durou aproximadamente 5 anos, Evan Roberts forçou constantemente as pessoas a tratarem de forma sincera com o pecado, confessando seus erros e não vivendo com iniqüidades escondidas em suas mentes e corações.




          Quando perguntado certa sobre o declínio do avivamento no país ele teve que responder: “É talvez seja, pois não mais pessoas a se renderem a Cristo, todas já se entregaram.”



          Roberts foi um instrumento de Deus para trazer bênçãos a todo um país. Ele se preocupava com as vidas, pedindo que Deus salvasse os perdidos e mudasse o coração das pessoas, tornando-se assim um grande intercessor. Roberts não chegou a tornar-se um destaque como pregador, mas parece ter sido mais um exemplo de como servir a Deus em obediência a sua vontade. Durante suas reuniões, as pregações não eram o ponto mais marcante, mas sim sua sensibilidade em ouvir a voz do Senhor Jesus e sujeitar todo o culto ao Santo Espírito de Deus. Muitos relatos da época afirmam que por onde quer que ele tenha passado “os corações foram ajustados a vontade de Deus e aquecidos pelo Seu grande amor pelas vidas!”

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

UM ROTEIRO DE HOLLYWOOD


         
          Realmente parecem histórias de filmes, mas é bem real a necessidade de muitas pessoas que vivem entre nós. Parece impossível e inimaginável mas ,infelizmente, é um sofrimento quase palpável. Ultimamente, em minha leitura da Bíblia, tenho observado e compreendido coisas para as quais não havia ainda despertado. A principal destas sem dúvida é o amor que Deus deseja que tenhamos uns para com os outros. Claro que já aprendi isso, mas desta vez foi diferente. Amar e agradar o Senhor não compreende somente abster-se do pecado, mas cuidar das necessidades uns dos outros. Quando falo em cuidar é cuidar mesmo!



         
          Sabemos que ajudar quem precisa, chorar com os que choram e amar pessoas é algo divino, mas até que ponto entendemos isso? Assim como, fazer acepção de pessoas é algo maligno (Tiago 2: 2 ao 4), o não fazê-lo é exatamente o oposto. De que adianta estar dentro da igreja cuidando de si, sem cuidar dos seus ou dos que necessitam?



         
          A transformação de nossa vida ocorre como todos sabem, de dentro para fora e gradativamente. Este amor pelo próximo cresce da mesma forma. Deus satura nossos corações com seu amor e passamos a ter amor pelas pessoas de forma natural. Entretanto, mesmo sendo algo natural, requer de cada pessoa uma iniciativa, pois, como sabemos, amor é decisão. Assim, este amor será expressado através de atitudes.



        
          Não posso dizer que o mundo está sofrendo com escassez de amor (Eu acho!), mas posso dizer que um pouco mais não seria mal. Questiono-me sobre o que tenho feito pelo meu próximo e chego a terrível conclusão: Nada! A verdade é que não faço nada a não ser tentar ajudar a mim mesmo com o pouco que tenho. No máximo uma ajuda com uma palavra ou, orando por ela, em fim, nada o bastante. Isso mesmo! Não adianta orar sem ajudar. Não adiante orar por quem tem fome sem lhe dar um prato de comida!



          
          Falando assim parece tão óbvio não? Mas quando foi a última vez que você visitou um abrigo de idosos, crianças com câncer, centros de recuperação, orfanatos, presídios ou algo assim? Ou talvez, quando foi a última vez que saiu para comprar roupas novas para você e para levar para uma ação social? Quando foi que viu o calçado velho do seu amigo e lhe presenteou com um novo? Ou quem sabe com uma camisa ou sei lá! Amar o próximo como a nós mesmos.



          
          Quando meu tênis está velho ou vejo a necessidade de ter outro, vou e compro outro, pois cuido de mim. Mas infelizmente não amo o meu próximo a ponto de fazer o mesmo com ele. Não ajudo nem com o pouco que tenho. É interessante frisar também que o pouco que tenho é fartura para muitas pessoas.



          
          A necessidade de compartilhar este amor soa como algo utópico e pouco provável. Isso porque nos tornamos amantes de nós mesmos. Estamos preocupados com nosso bem estar e nossos interesses pessoais. Você deve estar concordando e perguntando-se ao mesmo tempo: O que posso fazer? A resposta é simples: Tome uma atitude de amor! Decida amar assim como você se ama! Isso diz respeito também a ofensas e qualquer coisa que magoe, traga constrangimento ou prejuízo ao seu próximo.



           
           A Salvação ou a graça de Deus não podem ser compradas, mas, por outro lado, não ajudar os necessitados vai contra a vontade de Deus. Se você ama o seu próximo como a você mesmo, então é capaz de sair para fazer compras e ajudar a quem precisa, pois essa é a nossa religião como está escrito em Tiago 1:27 que diz: "A religião pura e sem mácula que o nosso Deus e Pai aceita é esta: Cuidar dos órfãos e das viúvas e suas dificuldades e manter-se incontaminado pelo mundo." Não vamos pensar também que somente ajudar as pessoas leva alguém para o céu. Isso não é verdade, pois somos salvos mediante a fé em Jesus e pela misericórdia e graça de Deus, não por obras como está escrito em Romanos 3: 23 e 24.



           
           O que não podemos esquecer também é que a fé sem obras é morta como está escrito em Tiago 2:14 ao 26, mas gostaria de destacar os versículos 15, 16 e 17 que dizem: "Se um irmão ou uma irmã estiverem necessitados de roupa e necessitados do alimento de cada dia, e qualquer um de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e alimentai-vos bastante, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, de que adianta isso? Assim, também a fé, se não tiver obras, está morta em si mesma." Tem ainda o versículo 24 que diz: "Vede que uma pessoa é justificada por obras e não apenas pela fé."



          
           É preciso praticar a palavra para ser aprovado por Deus. Observando o livro de Filemon, pude perceber algo muito interessante sobre o Apóstolo Paulo e creio que isso, sem dúvida, era algo marcante em sua vida e ministério. Através do texto percebemos que Paulo tinha realmente amor pelas vidas e demonstrava não apenas com palavras, mas com atitudes. Esta é sem dúvida a essência do evangelho.



          
           O próprio Jesus disse Amarás o Senhor teu Deus acima de todas as coisas e o próximo como a ti mesmo. (Mateus 22: 34 ao 40) Este próximo a quem Jesus se refere não é somente seu pai, mãe, irmão, irmã, tio, filho, filha ou qualquer amigo ou parente. Este próximo é qualquer ser humano que cruzar o seu caminho. Leia Lucas 10:25 ao 37 e você verá com clareza quem é o seu próximo.



          
          Com base em tudo o que foi falado eu insisto! Vemos uma mãe e seus filhos passando necessidade e não fazemos nada por quê? Porque se ela não quisesse passar por isso então que não engravidasse tantas vezes? Nem mesmo nos levantamos para dar lugar a um idoso no ônibus! Vemos o morador de rua e não o ajudamos por não saber o que ele fez para merecer essas condições? Acaso somos melhores que ele para julgá-lo? A Bíblia diz para ajudar e não para julgar. Não interessa o motivo pelo qual a pessoa encontra-se nesta situação e sim que eu a ajude.



          
          Como amar um bandido? Amando como Deus ama! Deus ama quem você é, mas nem sempre o que você faz! O que fazer? Precisamos esvaziar-nos de pré-conceitos e juízos, enchendo-nos de amor, olhando para quem a pessoa é e não o que ela fez ou faz. É assim que Deus nos ama. Ele olha quem somos, e ama quem somos. Nem sempre aprova nossas atitudes, mas ama quem somos. Ao morrer na cruz, Jesus nem parou para pensar nas coisas erradas que você ainda faria. Isso mesmo! Tudo isso de errado que nós fazemos, não foi levado em consideração por Jesus. Creio que Ele nem sequer pensou nisso. Simplesmente amou quem somos! Incrível não?



          
          Devemos pedir discernimento ao Senhor para que não sejamos enganados por aproveitadores, mas não podemos julgar ou deixar de ajudar a quem precisa. Talvez você também não possa comprar roupas para dar, mas poderia dividir as suas com alguém."Não vede os lírios dos campos?" Ser bênção na vida das pessoas é algo que não tem preço. Ajudar as pessoas e amá-las é algo divino. Tenho aprendido e quero continuar a aprender isso a cada dia! Sou grato a Deus por poder ajudar outras pessoas. A Ele honra e glória para sempre! Amém!



 




 


 Por William Jr.
iWILL & YOU?