quarta-feira, 28 de outubro de 2009

(PARTE1)


Nada Menos que Propaganda





 
             (Obs.: 1 - O intúito deste texto não é confrontar qualquer religião que seja. Vivemos em um país com grande diversidade cultural e religiosa, não cabendo a nós julgar as pessoas ou suas escolhas.)

          Você não pode me dizer que as pessoas, quando colocam cristais nos pescoços, gastam dinheiro diariamente para ouvir gurus e contratam médiuns caríssimos, não estejam famintas de Deus. Elas estão famintas para ouvir algo que esteja além de si mesmas, algo que não estão ouvindo na Igreja hoje. A questão é: as pessoas estão enfadadas da Igreja porque ela tem se portado como mera difusora da Bíblia! As pessoas querem estar ligadas a um poder maior! Sua fome as leva a qualquer lugar, menos à igreja. Elas estão à procura de algo para saciar a fome que lhes corrói a alma.



           Ironicamente, mesmo sendo um ministro do evangelho, eu estava sofrendo da mesma fome que aflige aqueles que nunca tiveram um encontro com Jesus! Não me contentava mais em apenas saber sobre Jesus. Você pode saber tudo sobre presidentes, realezas e celebridades; pode conhecer seus hábitos alimentares, endereço, estado civil. Mas, saber sobre eles não significa ter intimidade com eles, não significa que você os conheça.
           Na Era da Comunicação, com boatos passados de boca em boca, de papel em papel, de pessoa a pessoa, é possível compartilhar informações sobre alguém sem conhecê-lo pessoalmente. Se você ouvir duas pessoas conversando sobre a última tragédia que se abateu sobre alguma celebridade, ou a última vitória que ela experimentou, pode até pensar que elas conheçam a pessoa de quem estão falando, quando, na verdade, tudo que sabem são fatos a respeito dela!





          Por muito tempo a Igreja só tem conhecido fatos sobre Deus. Nós conhecemos “técnicas”, mas não falamos com Ele. Esta é a diferença entre conhecer alguém e saber a respeito dele. Presidentes, realezas e celebridades: posso ter muitas informações sobre eles, mas não conhecê-los, de fato. Se os encontrasse pessoalmente, teriam que ser apresentados a mim, porque o mero conhecimento a respeito de uma pessoa não é o mesmo que uma amizade íntima.
          Saber a respeito de Deus não é o suficiente. Temos igrejas cheias de pessoas que podem ganhar qualquer concurso sobre temas bíblicos, mas que não O conhecem. Temo que alguns de nós fomos desviados ou embaraçados, tanto pela prosperidade, quanto pela pobreza. Receio que tenhamos nos tornado uma sociedade tão farisaica, que nossos desejos e vontades não correspondam aos do Espírito Santo. Se não tomarmos cuidado, estaremos cultivando o “culto ao bem-estar”: satisfeitos com nosso pastor amável, nossa igreja confortável, nosso fiel círculo de amigos, nos esquecendo dos milhares de insatisfeitos, feridos e aflitos que passam por nosso confortável templo todos os dias! Não posso deixar de pensar que, se falhamos até mesmo em tentar alcançá-los com o evangelho de Jesus Cristo, muito sangue foi desperdiçado no Calvário. Isso,de fato, me incomoda.

           Tinha que haver algo mais. Eu estava desesperado por um encontro com Deus (o mais íntimo possível). Depois de pregar na igreja do meu amigo no Texas, voltei para casa. Na quarta-feira seguinte, estava na cozinha, quando o pastor me telefonou de novo e disse: “Tommy, somos amigos há anos e não me lembro de ter convidado alguém para pregar dois domingos consecutivos, mas será que você poderia voltar no próximo domingo?” Concordei. Poderíamos dizer que Deus estava prestes a fazer algo. Estaria o perseguidor agora sendo
perseguido? Estaríamos prestes a ser apreendidos pelo que estávamos buscando? (Veja Filipenses 3:12).



       

           O segundo domingo foi ainda mais abençoado. Ninguém queria deixar o prédio após o culto da noite. “O que devemos fazer?”, meu amigo me perguntou. “Deveríamos fazer uma reunião de oração na segunda à noite”, eu lhe disse, e acrescentei: “Passaremos todo o tempo orando intensamente. Vamos apurar até que ponto vai a fome das pessoas e ver o que está
acontecendo.” Quatrocentas pessoas se apresentaram na segunda-feira para a reunião de oração e tudo que fizemos foi buscar a face de Deus. Algo, realmente, estava acontecendo. Uma pequena rachadura aparecia no bronze dos céus de Houston. Uma fome coletiva estava clamando por uma visitação.
           Voltei para casa. Na quarta-feira, o pastor estava novamente ao telefone me dizendo: “Tommy, você pode voltar no domingo?” Ouvi suas palavras e seu coração. Ele, verdadeiramente, não estava interessado em “minha” volta. O que eu e ele queríamos era que Deus viesse. Ele é um dos nossos, é um caçador de Deus, e estávamos em uma ardente busca. Sua igreja havia estimulado a fome que havia em mim. Eles também tinham sido preparados para esta busca. Havia uma premonição de que estávamos prestes a “pegá-Lo”.
Uma expressão interessante, não é? Pegá-Lo. Realmente é uma expressão impossível. Podemos pegá-Lo assim como o Leste pode pegar o Oeste, eles estão muito longe um do outro.

Mal podíamos respirar

Entramos no prédio às 8h30 para o culto dominical esperando ver aquela multidão sonolenta com sua adoração desinteressada. Enquanto me encaminhava para sentar na primeira fileira, a presença de Deus já estava naquele lugar de uma forma tão intensa que o ar estava “denso”: mal podíamos respirar. A equipe de louvor, visivelmente, se esforçava para continuar ministrando. Lágrimas jorravam. Estava cada vez mais difícil tocar. Finalmente, a presença de Deus pairava tão fortemente, que eles não mais conseguiam tocar ou cantar. O dirigente do louvor rompeu em soluços atrás do teclado. 




           Se houve alguma boa decisão que já tomei na vida, foi a daquele dia. Eu nunca tinha estado tão perto de “pegar” Deus e não iria parar. Então, falei para minha esposa, Jeannie: “Continue a nos conduzir a Ele.” Jeannie sabe como levar as pessoas à presença de Deus através da intercessão e do louvor. Calmamente, colocou-se à frente e continuou a facilitar a adoração e ministração ao Senhor. Não era nada sofisticado, era algo singelo, era a retribuição mais apropriada àquele momento. A atmosfera me lembrava a passagem de Isaías, capítulo 6, algo que li e até mesmo ousei sonhar que poderia experimentar um dia. Nesta passagem a glória do Senhor encheu o templo. Nunca entendi o que significava a glória do Senhor encher um lugar. 
          Já havia sentido Deus muito próximo, mas daquela vez, em Houston, quando pensava que Deus já estava presente, mais e mais Sua presença enchia o santuário. É como a cauda de um vestido de noiva que, mesmo depois da entrada da noiva na igreja, continua a entrar após ela. Deus estava lá, não havia dúvidas quanto a isto. Porém, cada vez mais d'Ele continuava entrando no lugar até que, como em Isaías, literalmente, encheu o templo. Algumas vezes o ar ficava tão rarefeito, que se tornava muito difícil respirar. Parecia que o oxigênio vinha em pequenas porções. Soluços abafados percorriam a sala. Em meio a tudo isto, o pastor veio a mim e perguntou: “Tommy, você está pronto para assumir o púlpito?” “Pastor, estou receoso de subir até lá, porque sinto que Deus está prestes a fazer algo.” Lágrimas estavam correndo pelo meu rosto quando disse isto. Não temia que Deus me abatesse, ou que algo ruim acontecesse. Simplesmente não queria interferir e afligir a preciosa presença que estava preenchendo aquele lugar! 
           





          Por muito tempo, nós humanos, permitimos o mover do Espírito Santo até certo ponto. Mas, quando perdemos o controle, logo puxamos as rédeas (a Bíblia chama isto de “apagar o Espírito” em 1Tessalonicenses 5.19). Por muitas vezes, paramos no véu do tabernáculo. 
          “Sinto que devo ler 2 Crônicas 7.14, tenho uma palavra do Senhor”, disse meu amigo. Entre muitas lágrimas, balancei a cabeça e disse: “Vá, vá!” Meu amigo não é um homem dado a expressar seus sentimentos, é essencialmente um homem equilibrado. Mas, quando começou a andar pela plataforma, mostrava-se visivelmente abalado. Naquele momento, tive

tanta certeza de que alguma coisa estava prestes a acontecer, que fui em direção à cabine de som no fundo da sala. Sabia que Deus iria se manifestar, só não sabia onde. Eu estava na primeira fileira, e sentia que algo poderia acontecer atrás de mim ou do meu lado. E eu estava tão desesperado para pegá-Lo, que caminhei para o fundo da sala, enquanto o pastor se encaminhava para o púlpito, dessa forma eu poderia perceber todo o ambiente. Não estava certo do que aconteceria na plataforma, mas sabia que algo iria acontecer. “Deus, eu quero ser capaz de ver o que quer que o Senhor esteja prestes a fazer.”
          Meu amigo subiu para o púlpito no centro da plataforma, abriu a Bíblia e, calmamente, leu a arrebatadora passagem de 2 Crônicas 7.14: 

     “... se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, e buscar a Minha face, e deixar seus maus caminhos; então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.”


          Então, ele fechou sua Bíblia, agarrou as bordas do púlpito com as mãos trêmulas e disse: “A palavra do Senhor para nós, hoje, é que paremos de buscar Seus benefícios e busquemos a Ele. Não vamos mais buscar Suas mãos, mas sim a Sua face”. Naquele instante, ouvi o que parecia ser o eco de um trovão, e o pastor foi, literalmente, tomado e lançado a uma distância aproximada de três metros do púlpito. Quando ele foi arremessado para trás, o púlpito caiu para frente. O belo arranjo de flores, que estava em frente, caiu no chão. Porém, antes que o púlpito batesse no chão, ele já estava partido em dois pedaços. Havia sido partido em dois, como se um raio o tivesse atingido! Naquele instante, o terror tangível da presença de Deus encheu aquela sala. (Nota: O púlpito era feito de um plástico acrílico de alta tecnologia. Este material, segundo os engenheiros, é capaz de suportar milhares de quilos de pressão por metro quadrado).


CONTINUA...









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